quarta-feira, 4 de agosto de 2010

A Criança e a Autoestima

A Criança e a Autoestima
"Série: Criando uma mente saudável"
Autor: Jon Talber[1]
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Repetir procedimentos não é aprender. Um computador já faz isso com perfeição, mas, é ele um bom aprendiz ou um mestre imitador?
Um processo autônomo, como o gesto de andar, depois correr, ou aprender a pegar, segurar alguma coisa, nada disso requer inteligência, uma vez que são processos involuntários, do mesmo modo que o são, o olhar, o sentir cheiro, o escutar sem direito a escolha. Já sabemos pegar nas coisas, de berço, e com o tempo, apenas vamos aperfeiçoando a técnica, depois aprendemos a dar nomes aos objetos que estamos segurando. E para nada disso é requerida a inteligência, pois trata-se de um mero gesto de repetição, imitação, assim como o faz um papagaio, que é capaz de imitar sons, mesmo sem saber o que significam.

Criatividade não significa estar apto a repetir, a imitar, a decorar pantomimas para depois praticá-las como se fossem habilidades. Podemos ter ideias, mas isso na verdade reflete apenas uma diferente forma de se ver algo já existente. Nesse caso, uma ideia anterior, segue modificada, com aparência de nova, assim como nosso comportamento, que se parece coisa nova, quando na verdade, apenas o veículo que é nosso corpo é novo, não os hábitos.
A insatisfação e satisfação, opostos de um mesmo estado, é a causa e efeito de toda ação humana. É o que determina o que devemos ou não desejar, procurar obter, evitar, criar nossos objetivos de vida. Também, a partir destes dois pontos, que são pontos equidistantes de uma mesma coisa, isto é, a busca por satisfação, todas as personalidades humanas são criadas.

E disso também resulta a maioria dos estados emocionais do homem. Tristezas e alegrias, melancolia e euforia, medo e coragem, falta de confiança e confiança em si mesmo. Também os motivos que causam cada um destes estados nos indivíduos, estão associados ao desejo de obter satisfação. Isso significa ser aceito, bem sucedido, bonito, capaz, idolatrado, desejado, ter poder.

Compreender porque desejamos sempre mais que nossas necessidades, liberta a mente da sede de poder. Assim, ainda na infância, as frustrações dos adultos, educadores involuntários das crianças, devem ser contidas diante destas. Uma frustração adulta, quando exortada diante de uma criança, sinaliza para a mesma, que aquele comportamento é natural, que deve ser imitado. E embora intelectualmente a mesma ainda seja incapaz de compreender o que está acontecendo, os efeitos emocionais, tais como ansiedade, inquietação, intolerância e irritabilidade, estes são de compreensão imediata.

Confiança em si mesmo, é quando conseguimos enfrentar nossos próprios medos. É o sentir-se capaz de superar obstáculos que se apresentam como grandes problemas. Isso se consegue quando se têm auto-motivação, que é um sentimento de certeza interior. Certeza de que os problemas podem ser superados, nunca pode existir no medroso, onde lhe falta a confiança em si mesmo. Essa qualidade não é inata, mas produto de aprendizado, com as pessoas que estão à nossa volta.

Uma criança que apenas aprendeu a ouvir lamentações, expressões de mágoas e ressentimentos, jamais terá forças para enfrentar seus dilemas pessoais. Terá sua motivação desviada para expressar os estados de apatia, frustrações, coisa própria daqueles que fazem do seu viver uma central para lamentações, que insistem em cultivar mágoas e ressentimentos.

Sentir-se-á incapaz de realizar qualquer coisa, inseguro por não se achar apto para nada, sequer para pensar com clareza, e acabará por repetir as lamentações que lhe serviram de lastro no passado. Desse modo, como a auto-piedade se torna seu mestre psicológico, não terá forças para reagir diante de problemas, e procurará para sempre, depender daqueles que resolvam tais coisas para si.

Do mesmo modo, quando se exige de uma criança a perfeição, acabamos por criar um individuo isolado do mundo, demasiado critico, medroso de ser repreendido, que mais se preocupará com a opinião alheia, do que com sua própria felicidade. Terá medo até dos próprios pensamentos, embora, na maioria dos casos, jamais descubra a causa de agir dessa forma.

Mostrar desde cedo, com gentileza, sem exigências de perfeição, que os problemas são questões que podem ser resolvidas, desde que encarados de frente, com coragem, determinação e conhecimento, ajudará a criança a preparar o seu emocional para tais situações. De que adianta mostramos para elas apenas o resultado emocional de um problema, através de nossas expressões de raiva, de angústia? Isso apenas servirá para que se tornem ansiosas, sem uma causa aparente, diante de qualquer situação, mesmo de uma surpresa, ou alegria, ou uma simples espera por qualquer coisa.

Do mesmo modo, fazê-las compreender que os erros, longe de ser demonstrações de fraqueza ou imperfeições, servem como guias para os acertos, capacitará todas elas para serem mais tolerantes, mais flexíveis em seus julgamentos e expectativas, diante de qualquer coisa.

E, finalmente, devemos nos lembrar de repreender uma falha com orientação, e um acerto com incentivo. Lembrando que na orientação, a paciência será fundamental para que ela apreenda o que está sendo dito. Do mesmo modo, um acerto não se incentiva com prendas ou elogios fáceis, mais com encorajamento, com apreciação verdadeira, com demonstração clara, inequívoca, de que aquilo tem algum valor.

O Educador e a Educação

O Educador e a Educação
"Série: Criando uma mente saudável - Parte 12"
Autores: Jon Talber / Ester de Cartago[1]
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Um educador consciente de suas limitações, tende a ser mais compreensivo, tornando-se um aliado, disposto a ajudar suas crianças; isso inclui seus filhos e alunos.
A educação verdadeira começa com o pai ou o educador, que deve primeiramente compreender-se, ver a si mesmo, como é e age, em casa e na rua, e então livrar-se dos padrões que criam os comportamentos desajustados, tudo aquilo que não educa. Isso é fundamental, porque aquilo que eles são como adultos, inseridos nessa cultura social, ou nação, com seus vícios, seus hábitos, suas crenças, isso, eles transmitem para seus filhos e educandos.

Se ele, o adulto, não for educado corretamente, o que pode dar para seus educandos senão aquilo no qual ele próprio crê, ou prefere? E os seus pontos de vista, as conclusões e conjunto de valores que já fazem parte do seu caráter? O problema não é então educar a criança, mas educar o educador. Isso vale para os pais ou qualquer outro que se proponha a ensinar, ou constituir família.
Vejam quantos anos e rigor se exige para que um advogado, engenheiro, ou outro profissional qualquer, seja autorizado a exercer sua função. No entanto, para se exercer a função de pai, falamos do casal, que deveria ser o mais importante papel dentro de uma sociedade criativa, sensata, justa, nenhum pré-requisito é exigido, e mesmo a falta de experiência é bem vista, uma vez que nunca é combatida. Experiência em criar, não se resume ao saber cuidar, nutrir o bebê, falamos aqui de educação, não de cuidados físicos. Cuidar fisicamente a sociedade sabe fazer bem, pelo menos possui os recursos para isso.

Antes de começar, o educador deve perguntar a si mesmo, o que para ele é ensino. Será ensino para ele a aplicação das matérias tradicionais, padrões da grade curricular de qualquer instituição, conforme determina a regra já exaustivamente praticada ao longo dos anos? Tem ele a intenção de ajustar a criança, fazê-la pensar e agir conforme todos da sociedade, que não funciona, já o fazem? Isto é, condicioná-la para se tornar mais uma engrenagem da gigantesca máquina social, pronta a seguir o pensamento corrente, ou deseja torná-la independente, um questionador de todos estes falsos valores?

Fazê-los compreender como devem examinar os valores e influências que estão em volta deles, que direcionam suas condutas, não exige que esse mesmo educador esteja também ciente desses fatos? Um analfabeto é capaz de ensinar outro a ler? Se estamos limitados pelos nossos próprios problemas, e medos, como podemos ensinar estas crianças a resolver coisa semelhante? Assim, primeiro aprender, vivenciar, sentir pela própria experimentação, e só depois ensinar, não seria a coisa mais sensata e lógica?

Se ele pretende apenas ensinar os jovens a passarem pelos exames de avaliação escolar, então o ensino tradicional já faz isso, basta seguir o roteiro. Nesse caso, nem educador, nem educando precisam pensar, ou questionar nada, basta serem capazes de imitar, e dessa capacidade, todos, já foram dotados de berço. Numa situação de tal natureza, qual o papel do educador, senão simplesmente informar aos seus educandos qual página dos seus livros devem abrir ou fechar? Devem se preparar então, pois logo, todos, sem exceção, serão substituídos por máquinas, por modernos computadores. Isso não tardará a acontecer, financeiramente, será mais vantajoso para as instituições, mais atraente para os jovens.

Para aconselhar sobre o medo, suas nuances e malefícios, primeiro deve o educador compreender como ele próprio se comporta diante da questão. Não sendo capaz de resolver seus medos, não poderá aconselhar seus educandos sobre o medo. Mas poderá ser sincero com eles e falar da sua própria fraqueza em relação ao medo. Isso criará entre ele e os alunos uma forte empatia, e uma vez que compartilha de seus temores e fraquezas com os mesmos, os alunos também se sentirão à vontade para fazer coisa semelhante.

Um verdadeiro educador, jamais se colocará num pedestal da autoridade que sabe mais diante dos seus alunos. Afinal de contas, quem aprenderá a lidar com os alunos, estudará seus comportamentos para compreender suas disposições e preferências, quem, senão o educador? Então, quem está ensinando a quem? Se for educador por vocação, ficará grato por lhe ser permitido aprender com seus educandos. Um educador primeiro aprende, depois ajuda seus educandos a encontrar a melhor solução, respeitando os limites individuais de cada um deles.
Paciência também se aprende, não é coisa do instinto, isso se aprende com os adultos. A criança precisa aprender sobre seus limites desde muito cedo, ou será tarde demais.


Falar dos próprios limites aos alunos, constitui um dos mais elevados níveis de auto-aprendizado. Os benefícios são tantos, para os dois lados, que é impossível falar sobre o assunto em poucas linhas. Os alunos incutirão forte empatia e respeito pelo mestre, que como eles, também é imperfeito, e não nega isso. Eles também se sentirão à vontade para expressarem suas fraquezas, e limitações, e mais profundas dúvidas existenciais. Deve, no entanto, o mestre, resguardar-se de comentários que o possam colocar em situações embaraçosas, ou perderá o respeito. Falar demais nunca é bom, falar o necessário é a melhor política.

Para criar em sala de aula um clima de respeito, seriedade, deverá o educador ficar atento às suas promessas, que devem ser cumpridas na íntegra. Agindo assim, ele poderá cobrar dos seus educandos. Explicar aos alunos o porquê de cada coisa, isso inclui as falhas pessoais, ou o não cumprimento de uma promessa, ajuda-os a criarem a necessária coragem, para compartilharem dos seus próprios dilemas individuais, e dúvidas.

Conselho em demasia, tem o mesmo valor que qualquer coisa que recebemos em excesso; faz mal, cansa, torna-se coisa sem valor. Num momento crítico, as críticas e ressalvas mais prejudicam que ajudam. Alguém que está se afogando, precisa de alguém que lhe estenda a mão, não de alguém disposto a lhe passar um sermão. Passada a crise, uma conversa franca, interessada, questionando tudo que estava envolvido, de forma discreta, ordenada, será coisa bem vinda. Sendo o aluno ou filho arredio, encontrar um momento adequado, cuidando de não deixar a ocasião se distanciar muito do ocorrido, é essencial. Deixar passar o momento, é desprezar uma excelente oportunidade de aprendizado, para as duas partes.

Atividades diversas para Educação Infantil




segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Leitura: Um objeto de Aprendizagem

Para a leitura se tornar um objeto de aprendizagem efetivo é necessário que tenha sentido para o aluno e que, nela, ele possa reconhecer diferentes propósitos sociais: ler para informar-se, ler para escrever, ler para resolver problemas práticos, ler pelo prazer de descobrir outros mundos, ficcionais ou não. Sabe-se que, para cada uma dessas modalidades, determinados processos de leitura são acionados. Num texto informativo, o leitor seleciona aquilo que deseja saber; numa leitura por prazer, poderá centrar-se nos fatos mais do que nas descrições, suprimir trechos ou reler aqueles que considerem especiais, apropriando-se do texto segundo a sua vontade e ritmo pessoal.
Portanto, ler é mais do que decodificar mecanicamente o sistema de signos. No ato de ler, o leitor atribui significados ao texto para poder compreendê-lo, e o faz, via de regra, a partir de experiências anteriores. Essas experiências podem ser adquiridas em diversas situações, inclusive em leituras anteriores. Daí a importância de criar oportunidades para que as crianças tomem contato com variadas linguagens, tanto verbais quanto não-verbais.

Texto de: Regina Carvalho e Vera Regina Anson "A grande aventura" - Alfabetização

O que estraga nossas crianças?

O que estraga nossas crianças?

Seis especialistas opinam sobre os maiores problemas dos pais na educação dos filhos atualmente.

Infância idealizada: pais erram ao tentar a todo custo poupar os filhos de frustrações

John Robbins é um autor norte-americano responsável por alguns best sellers - como "The New Good Life" e "Diet for a New America", ainda não publicados aqui - e colunista do Huffington Post. Ativista anticonsumo, ele publicou recentemente um artigo que toca em um ponto crucial da sociedade contemporânea: o que está estragando nossas crianças? Fomos ouvir vários especialistas, de diferentes áreas, para descobrir.

1. Excesso de consumo

Para o próprio John Robbins, de acordo com artigo publicado no Huffington Post, o problema passa longe do que alguns erroneamente classificam como "excesso de amor". Ele aponta a cultura de consumo como verdadeira responsável pelo problema. "O que estraga as crianças é o fato de que as ensinamos a preencher seu vazio a partir de fora, comprando coisas e fazendo atividades, em vez de aprender como se preencher por dentro, fazendo boas escolhas e desenvolvendo a criatividade", escreve.

2. Ausência forçada do pai


Segundo Mirian Goldenberg, antropóloga e autora de "Toda mulher é meio Leila Diniz" (Ed. BestBolso), a ausência da figura paterna é o maior problema para a geração atual de crianças. E essa ausência, muitas vezes, é causada pela própria mãe, ainda que ela seja casada com o pai. "Muitas mulheres vivem a maternidade como um poder que não querem compartilhar e percebem os homens como meros coadjuvantes — ou até mesmo figurantes — em um palco em que a principal estrela é a mãe", diz Mirian. "No entanto, não existe absolutamente nada na 'natureza' masculina que impeça um pai de cuidar, alimentar, acariciar, acalentar e proteger seu bebê, assim como não há uma 'natureza' feminina que dê à mãe a autoridade de se afirmar como a única capaz de cuidar do recém-nascido".

3. Competição entre os pais


A pedagoga Maria Angela Barbato Carneiro, coordenadora do Núcleo de Cultura e Pesquisas do Brincar da Pontifícia Universidade de São Paulo, vê vários fatores que podem estragar as crianças, mas ressalta um deles: a mudança na estrutura familiar. Muitos pais que trabalham fora se eximem de suas responsabilidades como educadores e não têm nenhum controle sobre os filhos. "As crianças se aproveitam e os pais competem entre si, para ofertar coisas aos filhos", comenta.
4. Tentativas de compensação

A ausência dos pais por conta de trabalho não é necessariamente um problema em si. O erro, alerta o pediatra antroposófico e neonatologista Sergio Spalter, é tentar suprir essa ausência com concessões que visam evitar 100% a frustração da criança. A criança aprende, assim, que para conseguir qualquer coisa basta chorar. "O problema é que, na vida futura, muitas vezes não haverão concessões, e uma pequena frustração poderá significar um grande problema para aquele jovem, que passará a desistir dos desafios", diz Spalter.

5. Excesso de fast food


A nutricionista Daniela Murakami, da Nutrir e Brincar - Assessoria e Consultoria em Nutrição Infantil, destaca um lugar onde facilmente se pode estragar uma criança: a mesa. Pais que optam pela comida fácil, rápida e pouco nutritiva das redes de fast-food ou de congelados para agradar seus filhos (e ter menos trabalho) podem estar plantando uma semente perigosa. "Esses 'mimos' são um risco para a saúde das crianças, pois elas passam a ingerir alimentos muito calóricos, com alto teor de gordura, sódio e açúcar refinado e não aceitam alimentos importantes, como frutas, verduras e legumes", explica. "Sentar-se com maior frequência à mesa e ter suas refeições com os filhos, pedir a ajuda da criança para preparar algum alimento, fazer um piquenique saudável no parque são formas 'inteligentes' de mimar as crianças, sem, contudo, estragá-las", completa ela.

6. Insegurança dos pais


Cada geração tenta reparar os erros da geração anterior - e, assim, a geração atual de pais, criada ouvindo muito "não", tem uma dificuldade em impor limites aos filhos. Perdidos na idealização de uma infância plenamente feliz, eles querem conselhos e orientações de médicos e da escola para tomar qualquer atitude com a criança. "Que lugar sobrou para os pais? Eles são meros executores dos conselhos e recomendações da escola e do médico? Isso fala de uma falta de confiança na própria experiência, no saber adquirido justamente quando eles eram crianças", explica Adela Stoppel, professora do curso de Psicanálise da Criança do Instituto Sedes Sapientiae. Para Adela, ser pai implica assumir certos riscos, se responsabilizar pelas decisões sobre a educação de filhos, colocar em prática convicções pessoais, ideais e crenças. "Nossos filhos esperam que nós lhes digamos o que achamos e o que não achamos bom com base em nossa própria experiência", conclui

*Achei interessante compartilhar este texto, com todos vocês, que encontrei na net.

O maior desafio da Educação

::. O maior desafio da educação
Ivone Boechat
Bacharel em Direito pela Universidade Cândido Mendes – RJ.
Graduada em Pedagogia pela Universidade Augusto Mota – RJ.
Pós-Graduada em Educação pela UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro)
Pós-Graduada em Metodologia do Ensino Superior pela Universidade Augusto Motta - Rio de Janeiro.
Mestre em Educação – Wisconsin International University-USA
PhD – Psicologia da Educação - Wisconsin International University – USA.
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A humanidade está evoluindo, emocionalmente, na velocidade da tartaruga, frente à tecnologia que ultrapassa a qualquer previsão, na velocidade da luz! Quem não estiver disposto a rever conceitos, mas, sobretudo, assumir uma postura de maturidade emocional, frente a tantos desafios que a modernidade proporcionou ao homem, ficará à margem do processo. A pessoa que compõe a estatística de qualquer tipo de analfabetismo - e são muitos os tipos - tem vida, conforto, informação, recursos extraordinários e não é capaz de ler, interpretar e tomar posse da modernidade. Se alguém escapa do analfabetismo da leitura e da escrita, com certeza, pode estar sofrendo como analfabeto funcional, analfabeto virtual, analfabeto emocional, analfabeto social, analfabeto espiritual... etc, etc, etc... Isto se parece muito com aquela velha história do burro na porta do palácio.
Hoje, aos vinte, trinta anos, se o cidadão parar de aprender, está fora da concorrência. Aos 90, se estiver sintonizado com a evolução e fizer parte dela, como sujeito e objeto da história, não sai da concorrência: é consultor dos fracos e oprimidos! Logo, quem está do lado de fora da roda do aprendizado e do crescimento constante, deve voltar, imediatamente. O perfil do profissional é baseado na qualidade essencial. Maisoumenos morreu afogado no mar da tecnologia. Foi substituído pelos modernos gestores do tempo, do conhecimento, da informação... O eficiente tropeçou no eficaz que é capaz de fazer o impossível. O homem multifuncional, preparado para exercer numerosas atividades profissionais, deixou o “especialista” acomodado para trás, especializando-se no brechó...
As escolas devem se organizar para receber crianças cada vez menores e tratar de se estruturar como casa de educação. Chega de “empresas” que vendem diploma a preços absurdos e salve aquelas instituições que têm a capacidade de formar cidadãos para promover a revolução das consciências e organizar uma sociedade pacífica, feliz, adaptável, sim, porque o adaptado sucumbiu!
As escolas devem ainda se preparar, urgentemente, para oferecer cursos de formação e atualização para pessoas maduras. Quem não se programar para entrar no contexto perderá a grandiosa oportunidade de participar da era mais fantástica da humanidade. As universidades estão recebendo estudantes com idades bem superiores, ultimamente. E tende a aumentar.
O Brasil está cotado para ser o 5o país do mundo em número de idosos, até o ano 2010. O conceito de velho como sinônimo de doença, tristeza, abandono, tralha, desesperança, deve ser revisto. A palavra velho serve para significar coisas velhas, enguiçadas. A palavra idoso é sinônimo de bênção da longevidade.
No Dia Internacional do Idoso, organizam-se eventos, com a presença de conferencistas “especializados”. Raramente, eles se lembram de ajudar a mobilizar a motivação e resgatar a auto-estima dos convidados. De um modo geral, os assuntos giram em torno do pessimismo, depressão, estresse, próteses, espinhela caída, trombose, trombada, cadeira de rodas, muletas, piriri, tosse noturna, bexiga arriada, artrose, mal disso, mal daquilo e daquilo outro... Há outros “consultores” que se especializaram em assombrar só com notícias ruins. Ou seja, anunciam tantos horrores, dando a impressão que se o idoso se livrar daquilo tudo, pode não escapar da bala perdida, da guerra, das batidas no trânsito, do arrastão, enfim... só desgraça! Do INPS-assobração que só se desencarna a sete palmos de terra. A filósofa Dercy Gonçalves, do apogeu dos 100 anos orienta: “Se você cair num buraco, dê graças a Deus se não tiver terra por cima.”
Quando o ser humano e, claro, também o idoso comparece a uma conferência ele quer ouvir assuntos que o deixe animado, pronto a sair dali e programar aquela viagem adiada, retomar um projeto esquecido, fazer um curso, escrever um livro, inscrever-se num concurso de poesias, enfim, estimulado a prosseguir, a valorizar a vida, a ser fiscal da natureza, profissão na última moda!
As empresas de um modo geral que ainda não acordaram e não se prepararam para atender, no momento, a mais de 15 milhões de pessoas com idade acima de 65 anos, vão falir. A demanda vai dobrar dentro dos próximos anos. Se uma jovem senhora vai hoje a um shoping comprar uma roupa, seja para dias comuns ou para comparecer a uma festa, é um horror. As roupas bonitas, modernas, não têm numerações que ultrapassam o manequim 44. As “outras”, chamadas senhoris, são da cor bege, preta, marrom, cinza, de florzinha e, na maioria das vezes, ridículas, sem a mínima criatividade, tipo assim capa de botijão. Não existe meio termo. Ou a pessoa sai de paetê até debaixo do braço...
Quando alguém completa 70 anos, é muito comum se organizar uma festa. Na cerimônia de “comemorações”, sublinham-se alguns versos do Salmo 90, (cuja autoria é atribuída a Moisés) que são lidos para advertir, assustar, ameaçar, amedrontar, apontar ao aniversariante as setas para a reta final. O orador com aquela voz de relações públicas de necrotério lê: “A duração de nossa vida é de 70, 80 anos o que passa disto...” Mas é bom esclarecer que Moisés escreveu este Salmo, imaginando que sua vida estaria chegando ao fim. Ele estava passando pela crise dos 70. Somente aos 80 anos o salmista iniciou o processo de retirada do povo de Israel do Egito e a missão se estendeu por mais 40 anos. Aos 120 anos, Moisés morreu. E o seu substituto, Josué, com 85 anos foi nomeado, com palavras divinas de fortalecimento: “Tão-somente esforça-te e tem mui bom ânimo”. (Js 1:7).
Portanto, o maior desafio de qualquer tempo é aprender a viver. Que valor tem a vida sem projeto de vida? É preciso traçar regras de bem viver, estabelecer prioridades, administrar o tempo, gerir informações, competência emocional para reconhecer e controlar as emoções, e aprender a auto-estimular a produção dos hormônios que formam o padrão químico do bem estar. Se você é educador, antes de procurar o valor de x, invista 5 minutos diários, ensinando sobre o VALOR DA VIDA!
Publicado em 06/02/2008

Retirado do site: pedagogo do Brasil

A escola dos valores humanos

::. A Escola dos valores humanos

Danielle Alves de Souto
Estudante de Pedagogia da Universidade Estadual da Paraíba, também cursei jornalismo na mesma universidade.
Email: daniellesoutoaraujo@hotmail.com



O trabalho que segue, falará um pouco de algumas virtudes fundamentais na escola e em qualquer lugar por onde percorramos, porém, justamente na escola, que se acredita ser o principal lugar para a educação, não são ensinadas tais virtudes. Abordarei dentre outras coisas, o significado de cada uma e o prejuízo que suas ausências acarretam.


Vivemos numa sociedade cercada de problemas entre pais, alunos, professores, políticos, amigos, familiares, etc. Ouvimos e vemos corriqueiramente: "isso é falta de ética", mas o que vem a ser ética? Todos apontam e justificam os erros, os problemas, as falcatruas, como falta de ética. Posso apontar aqui, algumas virtudes que juntas, respondem muito bem o que vem a ser ética. Porém, a nossa escola não ensina aos alunos o que realmente cada virtude dessa engrandece o ser e o faz agir como verdadeiro cidadão. A escola não se dar ao trabalho nem ao menos de questionar, de ouvir. Ela simplesmente dita normas e os alunos aceitam. Até porque, se não é ensinado nas salas de aula CORAGEM, PRUDÊNCIA, CORTESIA, JUSTIÇA, COMPAIXÃO, RESPEITO, não podemos esperar responsabilidade nem compromisso por parte de quem ensina, muito menos por parte de quem aprende. São tantos temas importantes que a escola não incorpora, não ensina, mas que os frutos dessa ausência, já colhemos hoje e infelizmente, colheremos no amanhã, pois parece que cruzamos os braços apenas para reclamar, apontar onde estão os erros... Mas, e as correções? Somos capazes de retificar todos, um a um, resta-nos agarrar a uma virtude que talvez seja a que realmente precisamos nas escolas: RESPONSABILIDADE. Sabemos que precisamos de humildade, de pureza, de fidelidade, de humor, de amor. Sabemos também, que todas as outras virtudes caminham e só funcionam se estiverem juntas, mas que a RESPONSABILIDADE é uma virtude marcante e que atrelada ao respeito, ao compromisso, e a todos os outros que já foram citados, trilharemos o caminho à educação digna e a formação de um cidadão mais consciente. A consciência, aliás, é quem analisa o melhor caminho e coisas, o professor tem que aprender falar menos e ouvir mais.
Talvez possamos agora, responder o que vem a ser ética. "Estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja determinada sociedade, seja de modo absoluto" (Dicionário Aurélio). Mas podemos simplesmente dizer que ética nada mais é que uma forma de humanizar as pessoas, humanizar no sentido real da palavra: tornar-se humano, adquirir hábitos sociais polidos, civilizar. Ética, palavra tão citada para justificar nossos erros, é na verdade, a presença de virtudes que deveríamos aprender em casa, especialmente na escola e em todos os âmbitos que a educação permei. Mas como podemos aprender na escola, se nos próprios cursos de formação de professores, a disciplina de ética está sendo extinta? Como os professores podem ensinar algo que nunca aprenderam?
Bem, passamos um pouco a falar sobre a crise de referências que também afeta a escola. Uma escola onde existam castigos físicos e psicológicos, não é uma escola ética, e por sua vez, a que tem políticas disciplinares (regras e normas dentro da escola, no diálogo) é sem dúvidas, permeada pela ética, e que essa se sobressai com méritos que aquela outra não obtém. Castigos que não ajudam em nada na educação das crianças e que só denigrem sua imagem como cidadã, estão cada vez mais presente dentro das escolas, a exemplo de: trabalho adicional, penoso, repetitivo, perda do recreio, exclusão do estudante em alguma atividade que ele goste, situação vexatória perante os alunos, etc. Acredito que com o diálogo e com o exemplo e ensinamento das virtudes já mencionadas, os alunos modificam seu comportamento. O homem esqueceu que é corpo, mente e espírito, concentrou suas forças apenas no mundo material, no avanço da tecnologia e no desenvolvimento da ciência; isso provocou uma desestruturação do ser humano nos deixando cada vez mais em meio a uma perigosa crise de valores. E assim, vamos abrindo caminho para a violência. Muitos são os flagrantes de intolerância, frieza, transgressões da ética e moral. Nossos pequenos estão perdidos porque muitos de nós, adultos, também perdemos o rumo da vida. É como se a tênue linha divisória entre o bem e o mal, entre o certo e o errado estivesse se apagando. Devemos compreender que o comportamento de nossas crianças é um reflexo da formação recebida em casa e na escola, da falta de respeito pelo outro, do desconhecimento de limites, da ausência de disciplina e da inversão de valores presente em nossa sociedade que gera desestruturação em nossos lares e escolas e com a qual acabamos por nos habituar. Se a educação que fornecemos às nossas crianças enfatiza o desenvolvimento intelectual sem preocupar-se com o cultivo das qualidades humanas, os meios de comunicação levam os indivíduos a modos padronizados de pensar, de agir, de consumir. Um grande domínio é assim exercido sobre nós, pequenos e grandes, e então paramos de questionar. Mas e nós, enquanto pedagogas estamos tendo informações, embasamento teórico para uma prática mais eficaz? Acredito sinceramente que não. Como será a educação daqui por diante, se até os dias atuais ainda temos essa disciplina em nosso curso de Pedagogia, ainda presenciamos casos claros de falta de ética, de ausência de ênfase no ensino das virtudes nas salas de aula, como será então, se na nova regulamentação, não teremos ética no currículo? Como se ensina algo que nunca aprendeu? Bem, discernimos todas as virtudes que aprendemos neste capítulo, sabemos o que significa ética, os frutos que colhemos com sua ausência e com sua presença, podemos então, fazer um confronto com a educação que presenciamos e com a que sonhamos. Resta-nos então, aprimorar-mos em nossa prática enquanto alunos, pais, colegas, filhos, professores. Se não temos condições de ensinar as virtudes que levam a uma ética na educação façamos então, uso dos exemplos. Sejamos pessoas e profissionais, cada vez mais cheios de virtudes, JUSTOS, COMPROMETEDORES e RESPONSÁVEIS acima de tudo.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

O sistema educativo está infestado de muitos problemas. Não tem conseguido promover no jovens o amor, a indulgência e a inteireza. Em vez disso, serve para incentivar a natureza animal dos estudantes, não havendo lugar para cultivar valores humanos como VERDADE e RETIDÃO. Os pais e professores se preocupam com a educação de seus filhos e alunos, mas não se preocupam com o tipo de educação que lhes é oferecida. A educação deve ajudar os estudantes a personificar valores humanos tais como: VERDADE, AMOR, RETIDÃO e NÃO VIOLÊNCIA. O conhecimento acadêmico pode ajudá-los a ganhar a sua subsistência, mas a educação deve ir além da preparação para se ganhar a vida. Deve preparar-nos moral e espiritualmente para os desafios da vida.

Publicado em 06/02/2008

Retirada do site: Pedagogos do Brasil